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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Se pelo menos ensinassem Português

Segunda-feira, Maio 16, 2011

"Se pelo menos ensinassem Português " por CARLOS ALBERTO SARDENBERG


O Estado de S.Paulo - 16/05/11Os brasileiros falam de muitos modos. Há alguns programas de rádio no Nordeste que são simplesmente incompreensíveis para os paulistas. Um linguajar gaúcho bem cantado soa difícil em Manaus. Mas, quando se trata de estudar Matemática ou Ciências, todos os alunos brasileiros precisam saber o português, digamos, oficial, a chamada norma culta. Ou, ainda, quando uma companhia de Tecnologia da Informação (TI) lança um novo produto, uma máquina têxtil, por exemplo, o manual estará escrito no português normatizado, o dos dicionários.Logo, as escolas brasileiras devem ensinar esse português, certo? Não é bem assim - é o que estão dizendo professores e linguistas alinhados na tese de que não há o certo e o errado no uso da língua. Há apenas o adequado e o inadequado. Assim, "nós pega o peixe" não está errado. E se alguém disser que é, sim, errado, estará cometendo "preconceito linguístico".Essa tese se encontra no livro Por Uma Vida Melhor, da Coleção Viver, Aprender (Editora Global), que foi adotado, comprado e distribuído pelo Ministério da Educação a milhares de alunos. Daí a polêmica: trata-se de um livro didático, não apenas de uma obra de linguística.Mas a polêmica está tomando caminhos equivocados. O pessoal favorável a essa tese argumenta com a variedade da língua falada e com a evolução permanente da língua viva, acrescentando algumas zombarias com o que consideram linguajar culto, das elites, mas que não passa de um falar empolado.Um velho amigo se divertia fazendo frases assim: "ele saiu em desabalada carreira pela via pública", em vez de "ele foi correr" ou "fazer jogging".Brincadeiras. No entanto, um aluno de 15 anos deveria rir dessa brincadeira.O que o senhor acha, caro leitor? O aluno médio de uma escola pública brasileira perceberá o jogo com aquelas palavras? Entenderá sem esforços que se trata de um modo rococó de dizer algo simples?Eis o equívoco em que nos estamos metendo. Em vez de tomar como prioridade absoluta o ensino da língua "oficial", aquela na qual vêm escritos os jornais, os manuais de TI, os livros de Matemática e os de Ciências, abre-se um debate para dizer que as crianças brasileiras podem falar e escrever "os menino pega os peixe".É claro que podem. Mas precisam saber que esse não é o correto. E, se não souberem o correto, não poderão ler aquilo que os vai preparar para a vida profissional e para a cidadania.Vamos falar francamente: uma pessoa que se expressa mal, que conhece poucas palavras e poucas construções, é uma pessoa que pensa mal, que compreende pouco.Os alunos de Xangai foram muito bem no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês) - o teste internacional para jovens do ensino médio, aplicado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A prova avalia o conhecimento da língua, Matemática e Ciências. Na imensa China, entre 1,35 bilhão de habitantes, falam-se muitas línguas e muitos dialetos. Mas há uma língua oficial, escrita e falada, na qual os chineses estão alcançando posições de ponta na ciência e na tecnologia. Ensinam a língua intensamente.Os alunos brasileiros vão mal no Pisa. Apresentam baixíssimo índice de compreensão de textos. Não sabem Português, e esse é um problema social e econômico. A baixa educação simplesmente condena à pobreza.Dizer aos meninos, em livros didáticos, que "nós pega o peixe" está certo não é apenas um equívoco, é um crime. E discutir essas teses é perda de tempo, energia e dinheiro.É como se tivessem desistido. Como não se consegue ensinar o Português, então vale o modo errado. E quem pensa diferente é preconceituoso. E então não precisa ensinar mais nada, não é mesmo?Nossos professores, educadores e linguistas deveriam concentrar seus esforços num tema: como ensinar a língua culta para todos os alunos das escolas públicas e rapidamente. Conseguido isso, depois que nossas notas no Pisa alcançarem os primeiros lugares, então, tudo bem, vamos discutir as variações e os modos populares.Nada de mais. O ex-vice-presidente da República e ex-senador Marco Maciel tem certamente uma ampla experiência política para transmitir. Mas não em assuntos de turismo e trânsito na cidade de São Paulo.Mesmo assim, o prefeito Gilberto Kassab o nomeou conselheiro da São Paulo Turismo e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), cargos que exigem uma reunião mensal e pagam R$ 6 mil ao mês, cada.Maciel aceitou. E desistiu das vagas na quinta-feira, 15 dias depois de ter sido nomeado. Disse que vai continuar lutando pelos "princípios sociais-liberais".O prefeito não falou nada. Nomeou, desistiu, pronto, não tem nada de mais.E, entretanto, os dois políticos revelaram um total descaso pelo cidadão (e contribuinte) paulistano.O trânsito em São Paulo é um desastre. A cidade se pretende de "turismo de negócios", mas não tem hotéis nem centros de convenção suficientes nem estádio para a Copa do Mundo. Não há nenhum programa estrutural do prefeito para esses dois gargalos da metrópole.Ou seja, nem Kassab poderia ter nomeado nem Maciel ter concordado. Só desistiram porque pegou mal na imprensa. Nenhum pedido de desculpas. Danem-se os moradores presos no trânsito.
Fonte; Estado de S. Paulo 16 de maio 2011

Metamorfose de Kafka

"Quando Gregor Samsa despertou, certa manhã, de um sonho agitado viu que se transformara, durante o sono, numa espécie monstruosa de insecto."

É deste modo que Kafka inicia a história de Gregor Samsa, um caixeiro-viajante "obrigado" que deixou de ter vida própria para suportar financeiramente todas as despesas de casa.
Numa manhã, ao acordar para o trabalho, Gregor vê que se transformou num inseto horrível com um "dorso duro e inúmeras patas". A princípio, as suas preocupações passam por pensamentos práticos relacionados com a sua metamorfose.
Depois, as preocupações passam para um estado mais psicológico e até mesmo sentimental. Gregor sente-se magoado pela repulsa dos pais perante a sua metamorfose. Apenas a irmã se digna a levar-lhe a alimentação, mas mesmo assim a repulsa e o medo também começam a se manifestar. A metamorfose de Gregor vai além da modificação física. É sobretudo uma alteração de comportamentos, atitudes, sentimentos e opiniões.
Gregor passa a analisar as coisas que o rodeiam com muito mais atenção. Outra metamorfose ocorre no seio familiar: o pai volta a trabalhar, a irmã (Grete) também arranja um emprego e passam a alugar quartos na própria casa onde habitam. As atitudes dos pais perante o filho retratam ao leitor a idéia que este era apenas o "sustento" da casa. A metamorfose de Kafka não conta apenas a história de um homem que se transformou num inseto. É sobretudo uma história de alerta à sociedade e aos comportamentos humanos. Nesta história, Kafka presenteia-nos com a sua escrita sui generis, retratando o desespero do homem perante o absurdo do mundo.
Interessante perceber que em nenhum momento da obra Gregor se dá conta realmente que se transformou num inseto. Apenas observa seus novos membros, órgãos e hábitos, mas com o tempo se acomoda na nova condição sem realmente entender no que se tornara.

Considerações sobre novos desejos

Um jovem não sabe o que ele está a fim de fazer da vida, e os pais pedem que eu descubra qual é o desejo do filho, de modo que ele possa escolher o vestibular e a profissão que ele "realmente" gostaria.Na mesma semana, encontro um adulto que acha que, de fato, nunca fez nada por desejo. Embora bem-sucedido, queixa-se de que suas escolhas (profissionais e amorosas) sempre teriam sido circunstanciais, efeitos de oportunidades encontradas ao longo do caminho. Ele pede, antes que seja tarde, que eu o ajude a descobrir qual é "realmente" o seu desejo.Nos dois casos, o pressuposto é o mesmo: quem viver segundo seu desejo será, no mínimo, mais alegre. Esta é mesmo uma boa definição da alegria: a sensação de que nosso desejo está engajado no que estamos fazendo, ou seja, de que nossa vida não acontece por inércia e obrigação. Inversa e logicamente, muitos estimam dever sua (grande ou pequena) infelicidade ao fato de terem dirigido a vida por caminhos que - eles declaram - não eram exatamente os que eles queriam.Pois bem, esse pressuposto e os pedidos que recebi se chocam com esta constatação: o "nosso desejo" nunca é UM desejo definido por UM objeto ou por UM projeto. Não existe, nem escrito lá no fundo escondido de nossa mente, UM querer definido, que poderíamos descobrir e, logo, praticar com afinco e satisfação porque estaríamos fazendo aquela coisa ou caçando aquele objeto aos quais éramos, por assim dizer, destinados. Nada disso: de uma certa forma, todos os objetos e os projetos se valem, e nenhum é "nosso" objeto ou projeto específico. Ou seja, nós desejamos sempre segundo as circunstâncias, os encontros, as oportunidades - segundo as tentações, se você preferir. Leia mais...

Somos volúveis? Nem tanto, pois cada objeto e projeto não substitui necessariamente o anterior. O que acontece é que desejar é uma atividade inventiva a jato contínuo.
Por consequência, mesmo quando estamos alegremente convencidos de estar fazendo o que queremos com nossa vida, nunca estamos ao abrigo do surgimento de desejos novos.
Claro, podemos aceitar esses desejos novos. Por exemplo, em "As Confissões de Schmidt" (que não é um grande filme), de A. Payne, com Jack Nicholson, o protagonista acorda de noite, olha para sua mulher de sei lá quantos anos e se pergunta estupefato: "Quem é esta mulher que dorme na minha cama?". Logo, ele dá um rumo novo à sua vida, colocando o pé na estrada. Mas a expressão de seus novos desejos é fortemente facilitada por duas circunstâncias: providencialmente, o protagonista se aposenta e fica viúvo. Nessas condições, escutar novos desejos fica fácil, não é?
Agora, imaginemos alguém que esteja no meio de sua vida profissional e num bom momento de sua vida amorosa. Nesse caso, provavelmente, o novo desejo será silenciado, reprimido, menosprezado ("deixe para lá, é besteira"). Resultado: o indivíduo continuará declarando que está vivendo a vida que ele queria (e, em parte, será verdade); só que, de repente, sem entender por quê, ele perderá sua alegria.
Por que razão nosso indivíduo negligenciaria seus novos desejos? Simples: por serem novos, eles acarretam a ameaça de uma ruptura no presente: afetos e laços que poderiam ser perdidos, medo da solidão e preguiça dos esforços necessários para reinventar a vida.
Infelizmente, essa negligência tem um custo alto. Sempre entendi assim a "Metamorfose", de Kafka: alguém acorda, e o que até então era uma vida normal e legal, de repente, aos seus olhos, é uma vida de barata.
Nota útil para a clínica da depressão. Às vezes, procuramos em vão as causas de uma depressão; será que houve lutos ou perdas? Nada disso; está tudo bem, trabalho, família, filhos e tal, mas o indivíduo entristece, volta a fumar e a beber como se quisesse encurtar a vida, engorda como se estivesse num mar de frustração e precisasse de gratificações alternativas.
Em muitas dessas vezes, a origem da depressão não é uma perda, nem propriamente uma frustração, mas a aparição de um desejo novo que não foi reconhecido. E os novos desejos, sobretudo quando são silenciados, desvalorizam a vida que estamos vivendo.


Moral da fábula: 1) Não existem vidas definitivamente resolvidas, pois novos desejos surgem sempre; 2) É bom reconhecer os novos desejos, mesmo que deixemos de realizá-los.


Fonte: Folha de S. Paulo de 19 de maio de 2011

Ministério da Desigualdade por Rolf kuntz

O nome oficial é Ministério da Educação, mas podem chamá-lo Ministério da Desigualdade. Ministério da Incompetência também serve: a palavra tanto se aplica à atuação de seus dirigentes quanto se aplicará à condição das vítimas do padrão educacional proposto no livro Por Uma Vida Melhor, comprado e distribuído pelo governo. A presidente Dilma Rousseff prometeu trabalhar pela redução da miséria. Se quiser fazê-lo, terá de cuidar da qualificação de milhões de brasileiros para o trabalho. Mais que isso, terá de promover sua preparação para trabalhar numa economia cada vez mais complexa e exposta à competição internacional. Tratar os pobres como coitadinhos e incapazes conduzirá ao resultado oposto. Se há preconceito, não é de quem considera errada a violação da gramática. Preconceituoso e elitista é quem condena o pobre a uma instrução de baixa qualidade e ainda o aconselha a contentar-se com isso.
Os problemas de formação profissional e o mau desempenho dos alunos brasileiros em testes de avaliação foram apontados com suficiente clareza em artigo de Carlos Alberto Sardenberg, publicado anteontem neste caderno. Concorrentes do Brasil, incluída a China, estão empenhados em oferecer uma educação muito melhor a seus estudantes. Em vez de tratar os pobres como inferiores, autoridades educacionais desses países cuidam de prepará-los para se igualar aos melhores do mundo.
Não é preciso insistir nesse ponto. Mas é indispensável chamar a atenção para a concorrência em outro nível. No Brasil, quem tem bom senso e condição econômica tenta oferecer aos filhos a melhor educação possível. Pais instruídos procuram boas escolas e valorizam aquelas conhecidas pelo alto padrão de exigência. Rejeitam a ideia do diploma conquistado pelo caminho fácil. Além disso, estimulam os filhos a frequentar cursos de línguas e a envolver-se em atividades intelectualmente estimulantes. Nas melhores escolas, crianças pré-adolescentes são treinadas para combinar criatividade e rigor. Assim como as autoridades dos países mais dinâmicos e competitivos, as famílias brasileiras mais atentas aos desafios do mundo real continuarão em busca dos padrões educacionais mais altos.
Famílias saídas há pouco tempo da pobreza também reconhecem a importância de oferecer uma boa formação a seus filhos e por isso procuram escolas particulares. "Meu filho só tem 5 aninhos e já está aprendendo a ler e a escrever. Nessa idade, na escola pública, ninguém sabe nada ainda", disse uma agente de saúde citada em reportagem publicada no Estado de domingo.
Outra personagem da história explicou: "Não é metideza, é necessidade. Eu trabalho como empregada doméstica o dia todo. Meu marido é coletor de lixo e também passa o dia fora. Pagar a escola para a Gecielle foi a melhor opção". Mas ela descobriu também outra vantagem: "Com meus outros dois filhos não pude (pagar). A situação era muito pior. Na escola pública onde eles estudam já teve tiroteio. Na da Gecielle não tem nada disso e ela ainda aprende mais, tem lição de casa e tudo". Pois é: ela aprende, tem lição de casa e a mãe se mostra convencida de ter feito um bom negócio. As duas entrevistadas apostam nos filhos, apertam o cinto para pagar a escola e têm uma clara visão dos problemas: crianças pobres aprendem, como quaisquer outras, quando têm oportunidade.
Tratar os pobres com paternalismo, como pessoas incapazes de aprender a língua oficial e de aguentar os padrões de uma escola séria, é condená-los a ficar para trás, marginalizados e limitados às piores escolhas. Apoiar essa política é agir como se o mundo fosse esperar os mais lentos. Em países com políticas sociais decentes a solução é dar um impulso extra às pessoas em posição inicial desvantajosa.
O paternalismo é muito mais vantajoso para quem concede benefícios do que para quem recebe. Massas protegidas por Pais ou Mães do Povo tendem a ser dominadas com facilidade e nunca exercem plenamente a cidadania. Tratá-las como pessoas irremediavelmente inferiores é condená-las a ser politicamente subdesenvolvidas. Ensiná-las a conformar-se com "nóis vai" e "os menino joga bola" é vedar-lhes o acesso a aprendizados mais complexos e à possibilidade de pensar livremente. As oportunidades serão cada vez mais limitadas para os monoglotas. Muito piores serão as condições dos semiglotas, embora alguns, muito raramente, possam até presidir um país.
A presidente Dilma Rousseff parece haver renunciado ao papel de Mãe do Brasil, planejado por seu antecessor e grande eleitor. Ao anunciar a intenção de oferecer aos pobres a porta de saída dos programas assistenciais, ela mostrou preferir um caminho mais democrático. Mas, para segui-lo, precisará livrar-se do entulho do paternalismo e da demagogia. Uma faxina no Ministério da Educação ajudaria muito.

Fonte: O Estado de S. Paulo
18 de maio de 2011

terça-feira, 10 de maio de 2011

Bin Laden e a Teoria da Conspiração





"O que está claro é que Bin Laden não morreu agora. Ele está morto há anos", diz Diana Castillo, vice-presidente da "Associação para a Verdade sobre o 11 de setembro" na Espanha.
Um dos muitos grupos que alcançaram alguma popularidade com a sua teoria da conspiração sobre os ataques as torres gêmeas em Nova Iorque e agora encontram uma oportunidade de qualificar a morte anunciada de Osama Bin Laden de informação "absurda", "enganosa","nada coerente", "ridícula", "estranha" e, finalmente, de "montagem do governo dos EUA".
Considerados por alguns, simples paranóia, e seguidos por outros através da divulgação na Internet (já existem grupos "para a verdade sobre o 11 de setembro" de arquitetos e engenheiros, líderes politicos, religiosos, pilotos, médicos, bombeiros, advogados, militares ou cientistas) concordam e denunciam agora que a morte de Bin Laden não é senão uma farsa promovida pela própria Casa Branca para mudar os baixos níveis de popularidade de Obama.
"Três dias atrás, a CBS publicou que o índice de aprovação de Obama entre os americanos caiu para 44%, o mais baixo de sua presidência, e agora, após a notícia da morte de Bin Laden, sua aprovação subiu para 80%", diz a ABC, Mitoa Edjang, piloto de uma grande companhia aérea e responsável pelo "Projeto Escaner" contra a segurança excessiva dos aeroportos após a "psicose do 11/09.
"É muito curioso", ele acrescenta, "que a notícia tenha saído agora, depois que mataram o filho de Kadafi, não Kadafi, e três de seus netos, deixando um monte de feridos inocentes, quando as pessoas se perguntam por que esta intervenção, a razão para a quarta guerra em que estão envolvidos, com os índices de aprovação tão baixos".
Bin Laden, morto desde 2001?
"O mais absurdo de tudo é que supostamente jogam o corpo no mar e acham que vamos acreditar. Nem tem foto!", exclama Castillo, que parece ter uma explicação, compartilhada por outros, porque Obama decidiu não mostrar as fotos do corpo de Bin Laden, apesar de ter mostrado outros mortos na casa de Abbottabad: "É provável que Bin Laden esteja morto desde Dezembro de 2001". "Em junho daquele ano, ele sofreu uma operação de rim em um hospital de Dubai, segundo um artigo publicado pelo jornal "The Guardian" (que também diz que ele foi visitado por agentes da CIA). Tinha que ficar conectado a uma máquina de diálise, que necessita de eletricidade, e não poderia ter sobrevivido dez anos nas montanhas. "
No mesmo sentido, os defensores das teorias conspiratórias são céticos com todas as informações oficiais sobre o que foi publicado na imprensa nos últimos dias, desde a operação militar em si, até a proposta de Obama de publicar as fotos de Bin Laden, as fotografias que possam aparecer a partir de agora e até mesmo futuros ataques terroristas, em resposta à morte do líder da Al-Qaeda: "Se amanhã houver um ataque, ficarei com pesar e raiva, mas eu vou ter certeza de que, por negligência ou participação ativa, o Governo ou os serviços secretos dos EUA estarão metidos", diz calmamente Edjang.
José Luis CE, um trabalhador da indústria química, que denuncia em seu site (www.mundodesconocido.com) versões oficiais como a anunciada por Obama, não hesitou em declarar que o anúncio da morte de Bin Laden é nada mais do que "o golpe necessário para entronizar Obama na próxima eleição" e que "o corpo não será exibido."
"Todas as fotografias que aparecerão a partir de agora", acrescenta, "serão falsas, propaganda ou desinformação. Nunca serão oficiais, e tudo que o governo fará será negar."
"Se eles têm o cadáver, que o exibam"
Mito Edjang, que acredita que "é uma pena não terem apanhado Bin Laden vivo para ser julgado", diz que não é a primeira vez que algo assim acontece na história, aconteceram operações chamadas False flag anteriores, "operações como a "Gládio" , e instiga a Casa Branca que mostre fotos do cadáver: "Se eles fizeram isso, que sejam exibidas, agora". "Se tudo o que conta o governo dos EUA sobre a figura de Bin Laden é real, quanto mais documentação, e quanto antes a mostrem é muito melhor. Eu e a maioria das pessoas ficaremos tranqüilos, aceitaremos a história e vamos voltar para casa. "Miguel Celades, diretor dos "Congressos de Ciência e Espírito" , que geralmente faz palestras sobre temas como guerras provocadas, atentados False flag, ou a falsa mudança climática, conta a ABC que quando ouviu a notícia, riu muito. Recordou imediatamente de uma entrevista em que a ex-primeira ministra do Paquistão, Benazir Bhutto, um mês antes de ser morta (no ataque de 27 de Dezembro de 2007 ), anunciou em uma entrevista de televisão que Bin Laden tinha sido morto por um agente infiltrado.
E vai mais além, em uma declaração que aos olhos de muitos parecerá incrível, "Por muitos anos nós estamos vendo que o Bin Laden que aparece nos vídeos é outra pessoa ." "A versão oficial eu nem vejo. Mas tenho certeza que o corpo não vai aparecer e que, se começarem a aparecer fotos, serão montagens", conclui Celades muito seguro de si.
Em suma, "Teorias Conspiranóicas", como alguns chamam, ou conjecturas críveis? Você é livre para pensar o que quiser.


Tradução: Carlos de Castro


Fonte: ABC.esp